sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Anything


Outro dia, estava lendo o blog de um colega e me dei conta dos problemas gerados pela bebida e anti-depressivos. Ele fez uma observação interessante sobre a perda de um chefe, que era alcoólatra, e justificou que excesso de QI o atrapalhava, pois, o mundo parecia burro. “Aí só doses cavalares de vodka para aliviar a solidão.” E completou: “Os personagens mais interessantes são ao mesmo tempo complexos e autodestrutivos.” Lembrei que o grande Sartre se enfiava no corydrane, aspirina e whisky para suportar as longas noites em que os pensamentos lhe vinham à tona. Ainda assim, concordei em partes. Eis o tormento causado pela palavra excesso (além da dúvida ortográfica). Não apenas a sapiência, mas também amor ou de qualquer outra coisa que transborde o limite da razão chama pelo o álcool como forma de salvação paliativa na esperança de que perdure. Pedem-se doses anestésicas de “anything” para aliviar as dores causadas à alma pelas verdadeiras drogas do mundo. E em relação à complexidade das pessoas ditas interessantes, a conclusão que chego é que a complexidade só é atingida pelo rompimento do que foi e poderia ter continuado simples.

(Fabiana Carvalho)

2 comentários:

  1. O complexo, não necessariamente, é viver a autodestruição, o excesso ou a solidão. É só uma forma diferente de viver e sentir o mundo e as pessoas. É uma forma de agir e reagir, de ser e fugir. Ser complexo é mais que uma ação é um sentimento. Parabéns pelo texto. Gosto do jeito leve e interessante que escreve. Abs,

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  2. Antigamente, eu considerava complexo aquele cidadão que tinha uma carga intelectual interessante ... Hoje vejo que isso não quer dizer muita coisa e enxergo como complexa toda pessoa que vê e, principalmente, sente o mundo e os seus semelhantes com um olhar diferente dos demais. Complexidade para mim está relacionada a sentimento. Por isso, digo com certeza: Biba, você é uma pessoa muito complexa. Parabéns pelo post, amiga. Beijos

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