quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Sobre padrões

Nas redes sociais, onde tudo se propaga rapidamente, está se propagando rapidamente. E é em todo lugar. E tem até o culto, o das Princesas. E nele aprendemos “muito”, sobre atitudes. Mais parecem um daqueles livros de autoajuda, daqueles que nos ensinam a fazer milhões de coisas que não temos condição de sustentar. E será que devemos? Em qual varal devemos pendurar nossos desejos?

Em pleno Século XXI, uma campanha que visa transformar e implantar uma nova cultura feminina e sobre relacionamentos. A cultura do machismo e do recalque, da insegurança dos gêneros.

Não que eu defenda posturas femininas que mais parecem um ataque aos padrões de comportamento masculinos tão fortemente estabelecidos. Mas a verdade é que entre príncipes e princesas, cachorros e cachorras, há mil outras possibilidades.... e bem mais interessantes.

"Não quero que a vida se ponha a ter outras vontades que não as minhas"

Simone de Beauvoir

(Aline Espíndola)

terça-feira, 22 de novembro de 2011

De ressaca


"Hoje, existem pílulas milagrosas, mas eu ainda sou do tempo das grandes ressacas. As bebedeiras de antigamente eram mais dignas, porque você as tomava sabendo que no dia seguinte estaria no inferno. Além de saúde era preciso coragem. As novas gerações não conhecem ressaca, o que talvez explique a falência dos velhos valores. A ressaca era a prova de que a retribuição divina existe e que nenhum prazer ficará sem castigo.
(...)
Cada porre era um desafio ao céu e às suas feras. E elas vinham: Náusea, Azia, Dor de Cabeça, Dúvidas Existenciais - golfadas. Hoje, as bebedeiras não têm a mesma grandeza. São inconseqüentes, literalmente.

Hoje não existe mais isto. As pessoas bebem, bebem e não acontece nada. No dia seguinte estão saudáveis, bem-dispostas e fazem até piadas a respeito.
(...)
De vez em quando alguns dos nossos se encontram e se saúdam em silêncio. Somos como veteranos de velhas guerras lembrando os companheiros caídos e o nosso heroísmo anônimo.

Estivemos no inferno e voltamos, inteiros."

Luís Fernando Veríssimo em A mesa Voadora

(Fabiana Carvalho)

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Sorriso


"[…] Era um desses sorrisos raros que têm em si algo de segurança eterna, um desses sorrisos com que a gente talvez depare quatro ou cinco vezes na vida. Um sorriso que, por um momento, encarava - ou parecia encarar - todo o mundo eterno, e que depois se concentrava na gente com irresistível expressão de parcialidade a nosso favor. Um sorriso que compreendia a gente até o ponto em que a gente queria ser compreendido, que acreditava na gente como a gente gostaria de acreditar, assegurando-nos que tinha exatamente a impressão que a gente, na melhor das hipóteses, esperava causar."

O Grande Gatsby de Scott Fitzgerald

(Fabiana Carvalho)