Minha
cabeça pirou quando disseram que eu vivo uma vida de assustar. É
balada, sorrisos, bebidas, frases feitas e muito drama. Não discordo de
nada disso, mas isso assusta mesmo? Quantas pessoas possuem essa vida e
como é divertido viver e contar as nossas histórias. Não aceito o fato
de ter uma vida assustadora. Sou humana, trabalho e quero me divertir.
Quero amar, brincar, sorrir, beber, dançar,
cortar o pé e não sentir nada. Quero viver apenas. Fiquei confusa com a
quantidade de informação que eu jogo para os outros na inocência.
Fotos, frases, textos, filmes, músicas. Eu sou um poço de informação
acumulada que não consegue andar em fila indiana. Imagina só eu tentando
esconder minha vida? Impossível! Gosto de olhar e lembrar cada momento
da minha vidinha. Aí começam um recital sobre quem eu deveria ser.
Misteriosa, discreta, menos louca. Dizem que eu deveria me
expor menos, que ninguém gosta de uma menina falante, risonha e com o
livro da vida tão aberto. Poxa! Eu gosto e acho que todo mundo deveria
expor seu dia a dia ou os seus sentimentos quando der vontade. É lindo
poder ser você. Mas aí tem o trabalho, tem os romances, tem a família.
Todo mundo olhando sua vida passar e pensando: "Essa menina só pode ser
louca, não dá para acompanhar". Sei lá, acho tudo relativo quando
falamos sobre quem somos. Eu nunca quis ser a perfeitinha de ninguém. Eu
só quero alguém para não assustar quando eu encher meu peito de
sentimentos. Alguém que diga que ama a minha loucura e que eu não posso
controlar ela. Se eu sou assim "exposta" como um quadro, alguém um dia
vai comprar essa tela e ficar feliz sabendo que ser normal não é para
nós. Fiquei um pouco triste por assustar as pessoas, mas eu não faço por
querer. Sou só uma alma bagunceira, e isso não deveria assustar
ninguém. - Jana Escremin
(Fabiana Carvalho)