quarta-feira, 22 de junho de 2011

Starry night


Gostei da crônica do Arnaldo Jabor sobre a genialidade de Van Gogh , inspirado no gancho da notícia sobre o autorretrato : O Museu Van Gogh de Amsterdã anunciou nesta quinta-feira, 21 de junho, que o famoso autorretrato de Vincent Van Gogh, não seria o rosto de Van Gogh, mas a representação de seu irmão, o pintor holandês, Theo. Disponibilizo o link da crônica a quem interessar.



"(...) Van Gogh nos revelou a mutação da vida, o passar do tempo. A tortura e o sofrimento de Van Gogh, são visíveis em cada árvore, nas igrejas que se derretem, nas estrelas gigantescas... Em Van Gogh tudo se move nada está parado como a vida. Não há dramas nos quadros, cadeiras, girassóis, corvos, só isso. O drama é do autor, e é visível na dor dos traços geniais. É isso, Cézanne descobriu o espaço, e Van Gogh pintou o tempo."

Arnaldo Jabor

P.S.: Escolhi a foto acima, "Starry night" (Noite estrelada), não para ilustrar a notícia em questão, mas a crônica do link.


(Fabiana Carvalho)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Midnight in Paris


Acho que muitos de nós, em algum momento da vida, já tivemos a sensação de que nascemos na época errada não é mesmo? Este é o tema central do novo e apaixonante filme de um dos meus diretores prediletos, Woody Allen, em “Midnight in Paris” (Meia-Noite em Paris).

Ao assisti-lo, saí da sala de cinema ainda mais maravilhada com a “cidade luz” e com toda a inspiração que ela pode proporcionar. E é entre duas épocas diferentes - a atual e 1920 que o protagonista a considera como “anos de ouro” - e por visões completamente distintas da vida, que a trama transcorre de forma leve e reflexiva.

Allen traz como seu alterego da vez, Gil, brilhantemente interpretado por Owen Wilson, que protagoniza o amor por Paris, convincente graças à sua ingenuidade contagiante e a seu vasto conhecimento cultural. O que torna Gil ainda mais cativante é que, longe de ser um intelectualóide, é alguém que ama a arte pela arte, e não pelo status. Além disso, o protagonista ganha a simpatia do público por estar tentando entender suas próprias dúvidas e escolhas (o casamento, o amor, a nostalgia, o trabalho, o sonho, o passado e o futuro) e por disparar tiradas como: “Por que eu iria ler uma biografia do Rodin?”, pergunta que exprime a sua simpatia pela arte de forma autêntica. Como não poderia ser diferente, o “blábláblá” filosófico e questões existenciais são expostos de maneira divertida, fazendo parte dos diálogos típicos de Allen.

Um dos momentos mais emocionantes do filme é o transporte ao passado que faz com que Gil entre em contato com celebridades do mundo das artes e da literatura “dos anos de ouro” como: Matisse, Picasso, Zelda e Scott Fitzgerald, Dalí e Hemingway, entre outros. Essa mistura toda não poderia resultar em algo que não fosse bom. Woody Allen soube “bater no liquidificador” ingredientes que atraem os apaixonados por arte, literatura, viagem e fotografia... Nem da moda ele se esqueceu ao colocar na bela e sedutora personagem de Adriana (Marion Cotillard), uma estudante de moda, aluna de ninguém menos que Coco Channel, apaixonada pela “belle époque”.

Um filme pra lá de inspirador...

Trilha do filme - "Let's do it, let's fall in love" - Cole Porter

(Fabiana Carvalho)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"An Education"


Ontem assisti a um filme que gostei bastante, e adoro registrar minhas impressões aqui sobre aquilo que gosto. “An Education”, de direção dinamarquesa (Lone Scherfig), é um filme divertido, encantador, charmoso e que evita os julgamentos fáceis. O filme reflete sobre dois bancos de escola: o das instituições de ensino e o da vida. A jovem atriz Carey Mulligan, que interpreta Jenny, arrassa no seu papel, por sua sensibilidade, sede por conhecimento, descobertas e prazeres, sem perder a doçura que lhe é peculiar.

Jenny tinha pressa por conhecer o mundo. Fascinada pela cultura francesa e a “liberdade” simbolizada por Paris, Jenny pensava na universidade como um trampolim para que ela conseguisse a sua tão desejada autonomia. Até que ela encontrou um atalho chamado David (Peter Sarsgaard), um charmoso homem mais velho. O encontro dos dois marca a espinha dorsal do filme.

Quando Jenny finalmente começa a vivenciar os prazeres de quem tem uma certa quantidade de dinheiro no bolso e vive na Europa, é que o espectador começa a se perguntar, junto com ela, onde está realmente a base da educação. Em uma sala de aula, aprendendo parte dos conhecimentos científicos e culturais de uma sociedade até determinado momento, ou aprendendo com os prazeres e desilusões da vida mesmo?

Acho que ele trouxe, em seu final, uma sensação de que algo ficou a desejar, fiquei pensando e concluí que essa sensação talvez se deva ao fato de que não se tem muito “moral-da-história” prontinho como esperado, e talvez esteja aí seu encantamento, assim como acontece na vida real.

Além disso, “An Education” nos traz o sabor da realidade de Londres e de Paris no início dos anos 1960, e é um exemplo de como a vida pode ser maravilhosa ou trágica, dependendo da escolha que fazemos. Se não nos entregarmos à culpa e ao desespero podemos, como a protagonista deste filme, perdoar nossos erros (e os dos outros) e sair para a frente, sabendo que sempre existem novos caminhos a percorrer.

(Fabiana Carvalho)

P.S.: No final do filme, escutei a música de uma cantora que gosto muito... Duffy. Pra quem quer escutar: Smoke without fire

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Se pudesse...


À minha grande amiga e companheira de blog, Aline Espíndola, dedico este post , com palavras do poeta português, um de seus favoritos, que hoje completa 123 anos de vida às palavras.

Tenho pensamentos que, se pudesse revelá-los e fazê-los viver, acrescentariam nova luminosidade às estrelas, nova beleza ao mundo e maior amor ao coração dos homens.

(Fernando Pessoa)

(Fabiana Carvalho)

domingo, 12 de junho de 2011

É preciso...



É preciso estar distraído e não esperando nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado. (Caio Fernando de Abreu)

(Fabiana Carvalho)

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Otimista de carterinha


Sou uma otimista de carteirinha. Pode colocar aí no meu CPF: Caminho Para Felicidade. Eu sei que alguns vão torcer o nariz, outros não vão acreditar, mas eu ando em busca daquilo que acrescenta. As deficiências de todo o dia já são suficientes, não preciso dar minha dose de colaboração. Se for pra contribuir, que seja então para tirar o peso dos passos e dar leveza ao olhar. A inquietação faz parte, mas é a confiança que impulsiona. (Fonte: Blog da Fernanda Gaona)

(Fabiana Carvalho)

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Eles já sabiam!


Outro dia, para entender um pouco melhor este mundo louco de informações que vivemos, comecei a ler um livro recém lançado chamado “a revolução das mídias sociais”, do André Telles. Dentre outros pontos interessantes, o autor explica a função do hipertexto, sublinhados que dão acesso a outros textos na internet. O que me intrigou de fato foi a comparação feita pelo autor entre o hipertexto e um processo semelhante ao do nosso cérebro. “Plim!" me veio à cabeça a “premonição de McLuhan”.

Achei interessantíssima essa comparação técnica ao modus operandi humano. E lembrei o que diz McLuhan em “Os meios de comunicação como extensão do homem”, datado em 1969. Veja bem: 1969!!!

McLuhan fala sobre uma futura “aldeia global”, exatamente com essas palavras. E sobre a tal “aldeia global” ele explica que “seria uma decorrência das mutações provocadas pelos meios eletrônicos, como extensões do sistema físico e nervoso do ser humano capazes de condicionar reações e comportamentos.” Alguma semelhança com a comparação do sistema de textos na internet com as combinações do nosso cérebro?

Sério, toda essa mudança provocada pelas informações, seja por blogs, microblogs, redes sociais, me fascina e me assusta. E eu fico encantada com pessoas que tem visão sobre o assunto... e sobre o futuro...

“...no futuro, todos serão famosos por 15 minutos”.
Wahrol (1927-1987)

(Fabiana Carvalho)