quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

"Sei lá, menina..."


“Sei lá, menina, tá tudo tão legal — e um legal tão batalhado, um legal merecido, de costas e pernas doendo, mas coração tranqüilo.” Caio F.

(Fabiana Carvalho)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Ano novo, pessoas melhores...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Getting off


"I liked your dress
And I liked your face
I wanted to be with you forever
Your body was perfect
I knew your address

But we couldn't be together never

I wanted to think to make it better

To make it feel like I'm fall in love
But now it is gone, it doesn't matter
But now I'm feel like I'm getting off

I wanted to go with you
Far-far away
I wanted just you, nobody another
I knew were I'm going
I chose a wrong way
But now I can stop it
But now I would rather"

Adoro esta música, só que não a encontrei no youtube.
A quem interessar http://www.stereomood.com/search?q=&type=site&q_txt=cheese+people
Título da música: Sombrero / Banda: Cheese People


(Fabiana Carvalho)

A culpa ou o pesar?



Cometera algo ruim, socialmente condenável. Quem condena jamais cometeu algo assim? Compreendia o que havia acontecido, apesar da culpa e do pesar. E nem sabia mais o que era maior, se a culpa ou o pesar.
(Aline Espíndola)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

"Vou ver quem devora quem"

(Fabiana Carvalho)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

A pior de todas as fraudes.


O escritor americano Leon Uris (1924-2003) usou a palavra mendacidade para definir uma especial forma de mentira que chamou de “a arte de mentir para si mesmo”. Segundo Uris esse talvez seja o mais terrível de todos os defeitos humanos (...).

Uma das piores formar de mendacidade é a adoção de certezas absolutas. O sentimento de certeza é o grande inimigo do verdadeiro conhecimento. Conhecimento é um processo, uma viagem em andamento, e não uma chegada. Pessoas que acreditam em suas certezas são capazes de qualquer atrocidade (...). Pelo fato de terem certeza de que estão com a razão, estas pessoas acham que podem justificar qualquer ato de crueldade. Ao passo que ao longo da história tem sido justamente aqueles que duvidam, aqueles que questionam as verdades estabelecidas, os grandes responsáveis pelo progresso da humanidade. Quem menos acha que sabe demonstra maior sabedoria, pois, na verdade, a única coisa que se pode realmente saber com certeza na vida é a profundidade da própria ignorância.

Esta noção não é nova, nem original de Uris, que apenas lhe deu um novo nome. Um século antes dele, o jornalista, também americano, Gamaliel Bailey (1807-1859) chamava atenção para esta idéia ao dizer que a pior de todas as fraudes é enganar a si mesmo.

Luiz Alberto Py

(Aline Espíndola)




Anything


Outro dia, estava lendo o blog de um colega e me dei conta dos problemas gerados pela bebida e anti-depressivos. Ele fez uma observação interessante sobre a perda de um chefe, que era alcoólatra, e justificou que excesso de QI o atrapalhava, pois, o mundo parecia burro. “Aí só doses cavalares de vodka para aliviar a solidão.” E completou: “Os personagens mais interessantes são ao mesmo tempo complexos e autodestrutivos.” Lembrei que o grande Sartre se enfiava no corydrane, aspirina e whisky para suportar as longas noites em que os pensamentos lhe vinham à tona. Ainda assim, concordei em partes. Eis o tormento causado pela palavra excesso (além da dúvida ortográfica). Não apenas a sapiência, mas também amor ou de qualquer outra coisa que transborde o limite da razão chama pelo o álcool como forma de salvação paliativa na esperança de que perdure. Pedem-se doses anestésicas de “anything” para aliviar as dores causadas à alma pelas verdadeiras drogas do mundo. E em relação à complexidade das pessoas ditas interessantes, a conclusão que chego é que a complexidade só é atingida pelo rompimento do que foi e poderia ter continuado simples.

(Fabiana Carvalho)

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Tatuando a vida


Música, tempo, flores, intensidade e arte...
Tattoo do meu amigo César... Adorei!
(Fabiana Carvalho)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Vida

“Aliás, nunca tive sonhos, acho que por falta de tempo,
e eles nunca me fizeram falta.
A vida é melhor que qualquer um. ” Danuza Leão


(Fabiana Carvalho)

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Só o bobo é capaz...


"Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie.
Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca.
É que só o bobo é capaz de excesso de amor.
E só o amor faz o bobo."

Hey!


"Hey, there's no tomorrow, hey!"

Ei, não existe o amanhã
Ei, não há quem culpar
Eu mudei e todos continuam iguais...

"Some people are like Mondays and some others precious gold" ; )

(Carlo Dallanese)

(Fabiana Carvalho)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Faz uma loucura por mim


Quem me conhece sabe que não sou lá uma sambista,
mas hoje, 2 de dezembro,

é comemorado o dia do Samba!
E minha companheira de blog adora...
Então resolvi postar e comemorar ao som de Alcione!

"Faz uma loucura por mim"


(Fabiana Carvalho)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Irrealizável


Se o realizarmos, o tormento acaba e o desejo se desfaz em si. É irrealizável por natureza e tem caráter fútil e fulgás, não podendo acontecer para sempre, caso queiramos que sobreviva. Parte dele pode se realizar. O gosto irrealizável/realizável do desejo é tormento que fermenta.

(Fabiana Carvalho)

domingo, 28 de novembro de 2010

Rótulos...

... são bons para geleias, e não para pessoas.
(Fabiana Carvalho)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

No me encanta nada todo eso.



(Fabiana Carvalho)


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Acaso

"Inacreditável. O fator acaso na vida é incompreensível.
E através de uma astronômica combinação de circunstâncias,
nossos caminhos se cruzam.Dois fugitivos nesse universo vasto, escuro, indescritivelmente violento e indiferente".
Fala do personagem Boris à Melodie, sobre o improvável encontro dos dois
no filme: "Whatever Works" de Woody Allen.
(Fabiana Carvalho)

Yes I do


I have any any patience with the obvious. Obviously!
But day by day I hardly pretend that I can stand it very well.
(Fabiana Carvalho)

Conversa de botequim: livre arbítrio.



Deus podia dar ou tirar por merecimento, não levo muito jeito com este tal de livre arbítrio. Longe de mim duvidar da habilidade divina, mas não sou uma boa estrategista, nem sei armar jogadas.
(Aline Espíndola)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Apprenti bonheur...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Pobres perros!





(Aline Espíndola)

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"Dolce far niente"


Bem, a partir de hoje estou de férias, “entonces”, resolvi escrever sobre uma expressão bem interessante que aprendi no filme: “Comer, rezar e amar” – “dolce far niente”. Quero aplicá-la na minha semaninha de férias. Os italianos têm a expressão "dolce far niente" como “suave indolência” ou o “doce fazer nada”. Parece que temos mesmo vergonha de dar uma parada, não é? Pois é, já houve um dia que me senti culpada por estar fazendo nada nas minhas férias.

Quando damos a nós mesmos este pequeno luxo de tirar alguns dias, para não fazer “nada” ou quase nada, ou pelo menos não fazer nada por outras pessoas, pelo emprego, pela sociedade, mas somente para nós mesmos, como tomar um banho demorado, ler aquele livro que está há anos na estante, assistir a um filme, pensar, dormir em plena luz do dia, tomar sol, ir ao shopping em plena tarde no meio da semana, ver e sentir a alegria de cheiros, sabores e cores que vem dos cafés, sorveterias e lanchonetes da praça de alimentação, acabamos nos admirando e assimilando como são bons estes momentos de dolce far niente, carpe diem ou preguiça mesmo.


Então, descobrimos que esta contemplação faz bem, que com ela somos renovados e assim tocamos a vida em frente com alegria e leveza. Acho que é isso, o dolce far niente é ignorar e-mails, relógios, olhar para o teto, suspirar e pensar, de forma alegre, que ainda resta um tempo gostoso para não fazer nada!

(Fabiana Carvalho)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

É...

O importante demora. E demora, e demora...

(Fabiana Carvalho)

It's my party and...


Para quem não sabe a Amy está chegando ao Brasil! Parece que não vem a Brasília, o que me deixou triste, mas tentarei ir em algum em outra city. A produtora da cantora inglesa já confirmou os shows em janeiro de 2011, em Florianópolis (no dia 8), Rio de Janeiro (11), Recife (13) e São Paulo (15).

Adorei uma música nova dela "It's my party".
Gostei da letra que diz que ela chora quando ela quiser, porque, afinal, a festa é dela. O importante é fazer festa, mesmo chorando por dentro. He,he... Se quiser chorar, chore. Se quiser rir, ria - muito!

O melhor foi encontrar uma versão original de 1963 (adoro fazer isso!).
Só não vale perder a piada das "chacretes" enlouquecidas no palquinho ao fundo.

(Fabiana Carvalho)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dirty dancing


... I've had the time of my life...

(Fabiana Carvalho)

(Contra)dizendo.

E quando eu não te responder, não pense que te amo menos.
É só porque ainda te amo.


(Aline Espíndola)

Ensaiando.


Ensaio versos pra ver se você fica por aqui.


(Aline Espíndola)


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

♪ I’m all right ♪


"He made me laugh
He made me cry
He smoked his doggies in bed
But I'm all right
I'm all right
I've been lonely before
I asked the boy for a few kind words
He gave me a novel instead
But I'm all right
I'm all right
I've been lonely before
It's fine, it's OK
It was wrong either way
I just wanted to say
There isn't much fun when you're drinking wine
He got drunk, he fell down
He threw a few of my things around
But I'm all right
I'm all right
I've been lonely before

I'd like to believe is easy to leave
But I have to conceive that wherever you are
You're still driving my car
Sticks and stones break my bones
But tears don't leave any scars
So I'm all alright
I'm all alright
I've been lonely before" (...)


Madeleine Peyroux

http://www.youtube.com/watch?v=YfJrwLJJp3A

(Fabiana Carvalho)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Separe coisa por coisa.


Receita de arrumar gavetas

separe coisa por coisa:

de um lado o pólen do passado

as raízes do que foi importante

os retratos os bilhetes

os horários e chegada

de todos os navios-pirata

os sinos que anunciam

que há um amigo na estrada

do outro lado um espaço vazio

para o que vai acontecer

as surpresas do destino

os desatinos do acaso

Roseana Murray


(Aline Espíndola)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Quem desdenha.

Dona Neusa disse:

- Ele sempre descontava em mim todas as suas frustrações. Eu dizia que me importava e ele me olhava com desdém, meio de rabo de olho. E gostava do meu sofrimento, acho que o fazia bem!

Eu nunca mais o vi, não tenho notícias não. Falaram que ele perguntou por mim, perguntou pela garota que gostava de chorar.

Disseram, diante da pergunta:

- Talvez, ela não gostasse de chorar, e sim gostasse de você!


(Aline Espíndola)

O grito do olhar

Ontem, 2 de novembro, fui numa pizzaria que fica aberta de madrugada com um casal amigo meu. Ao chegar na porta, havia uns três rapazes bem sujos e que perambulavam por aquele horário em busca de algum trocado ou de mais um pedaço de pizza. Dei de cara com um, de uns 16 anos, com o nariz cortado e pés bem sujos, pedindo uma sandália para protegê-los. Eu não tinha sandália naquele momento, mas dei um trocado e confesso ter deixado meu coração envolvido por um sentimento de dó, de indignação de um tanto de coisa que seria incapaz de transcrever por meio de palavras. Ao me despedir do menino, eu lhe fiz um elogio: fique com Deus e saiba que você é um rapaz muito bonito. Logo ele me respondeu, com uma educação espontânea e grave tristeza no olhar de cortar o coração: “a senhora também é muito bonita”, e uma vergonha que o fez fitar o chão. Dei as costas ao menino e fui embora com os olhos marejados.

A beleza impactante dos olhos do rapaz com a situação de humilhação humana foi capaz de me trazer à tona os sentimentos mais miseráveis que poderia sentir: o de pena, indignação e impotência diante das injustiças do mundo.

A situação me fez recordar de uma das mais belas e famosas fotografias , me remetendo diretamente àquele momento, que de alguma forma revelou o fascínio pela dicotomia: beleza e tristeza. A foto lembrada é da refugiada afegã Sharbat, na época, com 17 anos, que, por motivos também impactantes a tornara famosa. O olhar penetrante de Sharbat, captada pela lente de McCurry, foi capaz de transmitir ao mundo uma série de emoções. E o olhar ofuscante do triste menino sujo da pizza, foi, por um momento relâmpago, captado por mim.

Quem é essa mulher?

“Ela é o grito
De todos que pedem
Pelo fim dos conflitos
Que arrasam os povos!

Ela e o tipo
De olhos bonitos
Da bela afegã
Na tristeza dos povos!”

Everaldo Nóbrega

(Fabiana Carvalho)

SIM, a mulher pode!


Somos, ainda, criadas para sermos boas esposas e boas donas de casa. Ganhamos menos, somos discriminadas e desvalorizadas. Temos uma lei que nos garante o direito de não sermos agredidas, pois, sem ela, não há a consciência desse direito. Somos, ainda, cerceadas em relação aos nossos desejos. Somos, ainda, mães potenciais, sem direito de escolha. Somos, ainda, cerceadas em relação às nossas escolhas. Somos, ainda. Porém, ainda!

"A igualdade de oportunidades para homens e mulheres é um princípio essencial da democracia. Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas e lhes dissessem: SIM, a mulher pode!"

Dilma Rousseff, no primeiro discurso como Presidente do Brasil.

(Aline Espíndola)



sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Street art on fire



Claire Streetart é a artista plástica de rua, francesa, que mostra casais pegando fogo em suas obras: beijos, abraços, agarros, mãos bobas... Um trabalho cheio de requinte e sem pudor que sai da linha "apelo político/social" típica da "street art".

As artes de Claire são inspiradas no mito que envolve a cidade sobre “L´amour” e traz à tona a questão do voyerismo nato de todo ser humano. Seus personagens e o apelo erótico surpreendem quem passa pelas ruas francesas, e, certamente, inspiram alguns casaizinhos nos becos parisienses.


(Fabiana Carvalho)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Feito coisa-feita!

“Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego.”

João Guimarães Rosa

(Aline Espíndola)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Assim sendo...


Ser de todo mundo é ser de ninguém. Ser de alguém que não se é verdadeiramente, é apenas uma outra forma de permanecer só.
(Fabiana Carvalho)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Arte de guerrilha




O filme Tropa de Elite II nos traz reflexões em torno das inversões de conceitos que abrangem o tema: poder. Identifiquei algumas imagens da arte de Bansky que tem tudo a ver com o que julgo proposto no filme.


Banksy é um artista urbano que usa os problemas sociopolíticos como tema de suas intervenções. Suas obras são carregadas de conteúdo social expondo claramente uma total aversão à hipocrisia e aos convencionalismos impostos pelas autoridades.

As suas obras tem alcance global, e exibem ousadia até na escolha dos lugares a serem interferidos (muros, Disneylandia ou Zoológico de Londres) fizeram de seus stenciles imediatamente reconhecíveis pelo grande público mas, o mais curioso é que, seu nome verdadeiro, ano de nascimento e cidade natal permanecem um mistério.

Aprecio suas gravuras, principalmente porque possuem um claro conteúdo político, rebelde, que se derrama em sarcasmos ao mesmo tempo tão violentos quanto sutis. Uma verdade doída, acho que eu poderia dizer assim.

Este ano foi lançado o seu primeiro filme, “Exit Through The Gift Shop” no Sundance Festival.

(Fabiana Carvalho)

sábado, 23 de outubro de 2010

Doces ou travessuras?




Amor-próprio e amor ao próximo não são como "doces ou travessuras"!
Como escolher?
Topo os dois...
os doces e as travessuras!

(Aline Espíndola)

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Que seja doce...


Hoje é o dia do poeta! Parabéns a todos aqueles que são capazes de transformar suas próprias emoções e fantasias em palavras. Aproveitando o dia, para quem ainda não conhece, vale dar uma passadinha no “Sebinho”, que fica na 406 sul. Quem sabe não encontra algo sobre seu autor preferido ou faça grandes descobertas. Lá é possível comprar artigos culturais usados como livros, CDs, discos de vinil e filmes das mais variadas áreas: política, arte, infanto-juvenil, romances... Tudo por preços bem bacanas. Além disso, tem o café e bistrô sebinho, provei a “empanada de carne” (bem típica argentina), picante e muito gostoso. Um lugar que vale muito a pena conhecer, pois integra cultura,lazer e gastronomia. Não conheço nada parecido em Brasília, e adoro!

(Fabiana Carvalho)

Tks, Mr. DJ!

(Fabiana Carvalho)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O Sistema é!

E Tropa de Elite é um filme popular. Não no sentido pejorativo da palavra, e sim bacana. Gostaria de ser do tempo em que polícia protegia, político fazia e Capitão Nascimento existia!

(Aline Espíndola)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

ON?OFF?

Ontem fiquei perplexa com a transmissão dos shows SWU – Starts with You, especial que trouxe as músicas dos grupos Sublime, Regina Spektor, Pixies, Joss Stone, Kings of Leon, Dave Matthews Band, Queen of the Stone Age, Rage Against The Machine e Linkin Park. Uma programação de qualidade, ainda que veiculada às 2h15, que deveria se repetir na Globo.

Não seria tão radical como Adorno, que acreditava que a televisão é congenitamente má. Mas confesso o meu descontentamento, nada atual, com as programações que nos são oferecidas. Claro! Sou a favor de que a televisão seja um meio de entretenimento sim, mas o que me parece, e que me irrita de fato, é que ela está muito voltada para um entretenimento chulo, com alguns espaços noticiosos camuflados. Quem dera se a televisão nos presenteasse mais com programações como as de ontem. E deixasse, também, de utilizar como justificativa , um discurso confortável, ou seja, o de apenas saciar a demanda do público médio para alavancar índices de audiência e atrair mais publicidade.

(Fabiana Carvalho)


"Hoje eu fiquei sentada em frente à televisão desligada...
Queria ter uma chance de poder pensar na frente da televisão!"
Mafalda de Quino

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Realidade ou fantasia?


Demorei pra assistir, mas ontem consegui alugar o filme indicado por uma amiga: Vicky Cristina Barcelona. Bem interessante! Os quatro protagonistas são absolutamente charmosos e diferentes. Vicky (Rebecca Hall) tem um noivo (pense naqueles carinhas sem graça, com camisas Lacoste e Tommy e casaco amarrado no pescoço, aff!), com quem mantém um relacionamento carinhoso e sólido, embora sem grandes alvoroços, e é o que ela (aparentemente) quer. A impulsiva Cristina (Scarlett Johansson) não sabe o que quer, mas sabe que não quer: exatamente o que Vicky vive (qualquer semelhança, mera coincidência). As duas amigas americanas estão em Barcelona de férias. Lá conhecem o pintor Juan Antonio (Javier Bardem - charmosíssimo e interessantíssimo, aliás!) que acredita no amor livre e sem rodeios.

Ao passo que Cristina se interessa por Juan, Vicky sente repulsa, mas as duas são envolvidas por ele. Até que entra em cena a problemática ex-mulher do artista, a também pintora Maria Elena (Penélope Cruz), para balançar o coreto. Além do olhar de turista sobre as maravilhas de Barcelona, o filme tem as qualidades que Allen costuma imprimir em seus filmes: diálogos espirituosos, observações afiadas sobre a arte e a cultura e um elenco inspiradíssimo.

Quem rouba a cena é Penélope Cruz no papel de Maria Elena, um furacão que desarruma a história para o bem do filme, que se torna irresistível com sua aparição. Algumas frases do filme me intrigaram: “É engraçado. Maria Elena e eu somos feitos um para o outro e não feitos para estarmos juntos. É uma contradição. Para entender, é preciso ser um poeta, como meu pai, porque eu não consigo." - “Nosso amor, nosso amor é eterno mas não dá certo. É por isso que será sempre romântico, porque não pode ser completo.”- “Ela é uma pseudo intelectual autodestrutiva” - “Ela não sabe o que quer, mas sabe o que não quer”.

Parece que Woody Allen pergunta a você com este filme, como uma provocação, dita em uma das entrevistas de seu livro “Conversas com Woody Allen”, na qual ele diz:


“A minha percepção é que você é forçado a escolher a realidade em vez da fantasia. E que a realidade acaba por machucar a gente, e que a fantasia não passa de loucura."


(Fabiana Carvalho)