segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Omissão, às vezes, também é ação. Cuidado!

Ontem eu assisti a um filme que recomendo: “Hitler – A ascensão do mal”. Gostei porque foi uma forma bem interessante de ver a história e aprender ou reaprender política de uma maneira mais atrativa e sem dormir. Além da história, outra coisa que me chamou muita atenção, foi a paixão que o líder nazista cultivava pela sobrinha. O modelo de “relacionamento” que tinha com ela foi comparado ao do cachorro que ele teve, e que prendia e batia muito quando não o obedecia. Sua fúria com a indiferença e humilhação do mundo eram “descontados” nesse cachorro. Parece que com a sua paixão não fora tão diferente. O filme revela uma surpresa neste aspecto.


A fome que passou, a humilhação e o desdém transformaram o “Fürher” em um líder capaz de influenciar todo um país e provocar todas as mortes injustas que provocou. Criou uma ideologia e com sangue nos olhos, força nos gestos e firmeza no tom de voz, foi capaz de arrastar milhões a lutarem com ele por sua crença. Uma Alemanha com uma autoestima fraca, por conta da guerra, se deixou levar por um sanguinário que tinha grande poder de persuasão e fanatismo indiscutíveis. Será que este modelo se aplica à realidade hoje? Às vezes, me sinto alienada. Calo-me quando deveria falar. Vejo pessoas falando um monte de abobrinhas e arrastando “seguidores”. E muitas vezes, lá vou eu no bonde da ignorância consentida. E isso acontece em diversos setores da vida social. Parece que a “estratégia de persuasão” de Hitler vem sendo copiada continuamente por líderes de empresas, religiosos, políticos e por aí vai. É totalmente perceptível como pessoas alienadas e até as "muito bem informadas" são carentes de liderança. E me incluo aqui. Assim, vamos dando espaço aos "neo-Hitlers" que vão provocando graves consequências sem que ninguém perceba de fato.


Tudo no filme é bem interessante de se prestar atenção. A concepção da “suástica”, a cor da bandeira, tudo minuciosamente escolhido por Hitler para conquistar novos aliados. As pessoas precisavam acreditar em algo para dar sentido ao nacionalismo alemão (lembrando que Hitler era austríaco). Ali conseguimos entender bem a força da comunicação e como ela pode ser trabalhada, tanto para o bem como para o mal. O filme me deixou uma grande lição:

Para que o mal floresça é apenas necessário que os homens de bem nada façam (Edmund Burke).


(Fabiana Carvalho)



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