É este o problema com a bebida, pensei,
enquanto me servia dum copo.
Se acontece algo de mau, bebe-se para esquecer;
se acontece algo de bom, bebe-se para celebrar,
e se nada acontece, bebe-se para que aconteça qualquer coisa.
Charles Bukowski
sexta-feira, 26 de março de 2010
Aceita?
quinta-feira, 25 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
Os "diferentes" movimentam a humanidade
sexta-feira, 19 de março de 2010
O beijo
-Que tal um beijo, Saumensch?
Ficou parado mais alguns instantes, com água pela cintura, antes de sair do rio e lhe entregar o livro. Tinha as calças grudadas no corpo e não parou de andar. Na verdade, acho que ele sentiu medo. Rudy Steiner ficou com medo do beijo da menina que roubava livros. Devia ter ansiado muito por ele. Devia amá-la com uma intensidade incrível. Tanto que nunca mais tornaria a lhe pedir seus lábios, e iria para sua sepultura sem eles.
Markus Suzak - A menina que roubava livros
(Fabiana Carvalho)
quarta-feira, 17 de março de 2010
Andy Warhol, Mr. America
Gente, não quero fazer deste blog uma agenda cultural, mas há certas mostras que se não imperdíveis, no mínimo, divulgáveis. Eu, pessoalmente, sou uma apaixonada pelas obras do artista pop Andy Warhol (1928-1987). Ele é muito conhecido pelas gravuras de Marilyn Monroe e das latas de sopa Campbell’s, obras que marcam a chamada arte pop, ou seja, o uso de elementos do mundo das celebridades e da publicidade na arte.
E é isto que me encanta em Wahrol, ele soube expressar com vivacidade a relação entre desejo, fantasia e consumo, pressupostos que levaram à construção do império americano. Neste sábado, 20/03,
Uma curiosidade, visto em gravuras, como na gravura de Marilyn, é que suas celebridades, maquiadas com cores fortes e berrantes são exibidas após situações de fraquezas. A série de Marilyn foi exibida pouco após seu suposto suicídio.
Na exposição também será enfocado o tom político de suas obras sobre os EUA do pós-guerra. Algumas, portanto, sugerem que o império americano tem a pretensão de ser o que não é. Segundo o curador da mostra Larrat-Smith “os USA camufla, nas obras Wahrol, ser um supervisor benevolente do sistema financeiro global ou o zeloso policial do mundo”.
Para mim, o rótulo “artista pop” é muito pequeno para definir Andy Wahrol. Quem puder, não perca a exposição “Andy Wahrol, Mr. América” na Estação Pinacoteca.
Wahrol retratou bem que “nem tudo que parece ser é” e não descartou o grande poder da sedução, material e humana, por meio da aparência.
(Fabiana Carvalho)
terça-feira, 16 de março de 2010
Autenticidade
Arianos
Tenho a vida doida
Encabeço o mundo
Sou ariano torto
Vivo de amor profundo
Sou perecível ao tempo
Vivo por um segundo
Perdoa meu amor
Esse nobre vagabundo
(...)
Se tu foges o tempo
Logo traz ansiedade
Respirar o amor
Aspirando liberdade
Composição: Márcio Mello
Interpretação: Daniela Mercury
(Fabiana Carvalho)
sexta-feira, 12 de março de 2010
Deja vu
Hoje resolvi escrever porque, assim como Clarice, "quando eu não caibo em mim, me explodo em palavras”. Às vezes não há motivos grandiosos que me façam escrever. Motivos simples que me cutucam e fazem-me refletir sobre certas coisas da vida, sem explicação. Às vezes penso que estou velha e que tenho experiência demais, e vem em mim a impressão de que tudo se repete. No entanto, pasmo ao ver minha mãe dizer: “minha filha, e eu que achava que já tinha visto de tudo nesta vida”. Confesso que esta frase me estimula a viver. Canso-me de meus próprios erros, da repetição dos meus comportamentos já sabendo dos resultados que eles me induzem.
Mas agora quero falar do comportamento alheio. Pior do que os próprios comportamentos errados é o de enxergá-los nas pessoas que gosto e que escolhera para fazer parte de minha vida. Baseada, ou até mesmo consolada naquela velha frase “quem está de fora vê melhor”, às vezes, sinto-me uma bruxa, ou seria uma diretora de cinema vencedora de Oscar? Diretora de vários filmes até. Uns que já atingiram recorde de bilheteria e outros que ainda atingirão. E me vejo, eu, euzinha, no papel de “diretora” com o ”gran finale” nas mãos, já o sabendo de cor e salteado antes mesmo de exibi-lo na grande estreia. Drama, suspense, comédia, ação, injustiça, sexo, paixões e tudo o que tenha direito, sendo exibido ali, na minha frente e com uma plateia inquieta ávida por acontecimentos.
E os efeitos especiais? Ah, estes filmes têm tecnologias mais avançadas que Avatar. Mais intrigantes que Matrix no que diz respeito à percepção da realidade. E a pergunta que não se cala: onde é que eu me encontro em todas estas estórias? Pandora? Realidade virtual? Paralela? Realidade inexistente? Realidade criada? Ilusão? Não sei. O que sei é que não quero ser coadjuvante. Doa a quem doer. (Hum, acho que virei atriz). Tá, mas prefiro ser diretora e assistir a tudo isso.
Ser diretora não é nada fácil. Talvez eu tenha vocação pra coisa e não tenha despertado pra isto. Afinal sentir, prever, alertar, compreender (mesmo contrariada) e erguer sem muito orgulho e com grande pesar (diferentemente da arquibancada de futebol) uma placa escrita: “eu já sabia”, não é tarefa tão simples. Parabéns Wood Allen, Almodóvar e afins. Não sei se meu coração suportaria.
Este mês fui “golpeada” por umas três situações best movies. “Eu já sabia”, “eu já sabia”e pra finalizar a trilogia: “EU JÁ SABIA”. Em caixa alta. Na terceira situação o final ainda não se fechou. Mas tenho o script
Acho que essas plaquinhas apesar de não mudarem os fatos, aliviam um pouco meu coração diante de situações “fucking Deja vu”. ; )
"Não há dúvida:
Pensar me irrita,
pois antes de
começar a pensar,
eu sabia muito
bem o que eu sabia."
Clarice Lispector
(Fabiana Carvalho)
Fogoooooo
"Porque o fogo que me faz arder é o mesmo que me ilumina."
(Fabiana Carvalho)
Não digas nada!
Nem mesmo a verdade
Há tanta suavidade em nada se dizer
E tudo se entender -
Tudo metade
De sentir e de ver...
Não digas nada
Deixa esquecer
Talvez que amanhã
Em outra paisagem
Digas que foi vã
Toda essa viagem
Até onde quis
Ser quem me agrada...
Mas ali fui feliz
Não digas nada.
Fernando Pessoa
(Fabiana Carvalho)
terça-feira, 9 de março de 2010
segunda-feira, 8 de março de 2010
Hedonista, eu?!
Martin Luther King Junior
Ao conversar com um amigo, ele me deu sua opinião sobre o blog e sobre o fato de duas personalidades tão diferentes o construírem. E assim nos classificou: "Fabiana - hedonista e Aline - sonhadora". Fiquei um tanto perplexa diante de sua classificação. Mas acredito que, em parte, ele tenha razão. O wikepedia assim define o hedonismo: “hedonismo (do grego hedonê, que significa prazer) é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana.” Bem, se esta fosse a única definição de hedonismo eu não teria aceitado a opinião de meu estimado meu amigo (a quem devo respeito por sua sensibilidade e inteligência).
Busquei em outros textos explicações em torno de seu significado e vi que o hedonismo pode ser uma forma de sair de uma existência monótona e não criadora. Que uma pessoa hedonista preocupa-se com o outro, e que sua felicidade pessoal implica a felicidade dos outros. Este é um hedonismo que nega a vida triste e de sofrimento como algo adquirido, mas que vê este sofrimento e esta tristeza como grilhões que o homem deve quebrar. Ser hedonista é buscar a beleza em todas as coisas, desde as grandes obras ao mais simples movimento de uma folha ao vento. Bem, sob esta ótica, sim, considero-me uma pessoa hedonista.
Muitas visões sobre esta filosofia estão sobre a palavra prazer. Eu, Fabiana, acredito que os prazeres da vida são a melhor forma de curti-la. Mas tenho plena consciência de que a felicidade não está aí. Ainda não sei realmente o que é felicidade, às vezes a confundo com paz de espírito, mas jamais com prazer. Na minha concepção, a pessoa que busca no prazer, a tal felicidade, tende a surtar. Ou se isto não acontecer, ela é, no mínimo, superficial, e de fato nem reconhece a sua falsa felicidade. A minha consciência de que, assim como “a beleza morre na beleza”, o prazer, também “morre” no prazer, não me deixa deslumbrar em torno de ilusões que nos traz à realidade iminente, e que é dura.
Não escrevo aqui para ditar o que é certo ou o que é errado, e nem muito menos descrever a tão sonhada “receita da felicidade”. Mas diante de um mundo tão cheio de problemas eu, euzinha, opto pelo prazer como forma de catarse e de reconhecimento de pequenas ou grandes maravilhas. Aprecio o barulho da chuva, a dança do vento, o cheiro de terra molhada, o sorriso de um ser humano conhecido ou desconhecido, a gratidão de um ser amado. Opto por alegrar-me com um pequeno agrado, por agradar alguém, com a beleza das flores, encantar-me com o pôr-do-sol, comer um brigadeiro de panela assistindo a um programa bobo de TV. Ah, mas desfruto intensamente de uma noite regada à bebida e música eletrônica, de um passeio de lancha no lago, de um hotel de luxo em qualquer lugar deste mundo, de comer o que há de melhor, de apreciar o design moderno de ambientes e as maravilhas feitas por artistas reconhecidos (ou não). Como é bom ver e sentir a beleza e ter prazer nas coisas, das mais simples ao que se há de mais “supérfluo”, e o melhor, ter consciência de seu começo, meio e fim.
A vida pós-moderna exige muito da gente: competitividade, ganhar dinheiro, ficar linda o tempo todo... Ufa! Tudo isso gera muita angústia, ansiedade, dor, até chegar na tal depressão. E é por isso que busco olhar a vida com mais simplicidade e sensibilidade. Se isso tudo que falei estiver encaixado no que se refere aos prazeres da vida, posso escrever em um rótulo (que nossa sociedade adora) e pregar no peito: Sim, sou hedonista! Mas ainda acredito que o mais belo da vida esteja no verdadeiro e íntimo sentimento humano.
Ser hedonista pode não ser um caminho para a felicidade, mas com certeza um grande atrevimento em busca do bem-estar. Lembrando: bem-estar, este, passageiro, mas deliciosamente intenso.
Fabiana Carvalho
sábado, 6 de março de 2010
sexta-feira, 5 de março de 2010
quinta-feira, 4 de março de 2010
Há sempre alguém...
Há sempre alguém que lhe vê da forma mais bonita, que lhe reconhece pelo seu caráter, que admira o seu sorriso sincero e que aceita os seus defeitos e aprende a lidar com eles.
Há sempre alguém que aparece na hora menos esperada para lhe falar as coisas certas, nem sempre mais bonitas, mas as mais verdadeiras e sinceras, que é o que realmente vale nesta vida.
Não desanime, há sempre alguém.
Este alguém, sim, merece sua lágrima e seu sorriso. Seus pensamentos. E fazer parte de sua estrada.
Surpreenda-se e acredite!
Há sempre alguém.
Fabiana Carvalho