sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O colorido preto e branco de Simone

Mais uma vez não resisti. Fui à casa de uma amiga minha e lá observei um lindo quadro e bastante interessante. Não só isto. Veio-me novamente aquela sensação comentada em outro texto. A do arrepio. O quadro fora pintado por uma artista despretensiosa, mas não menos talentosa. Uma pessoa que pinta para aliviar as dores do mundo. Assim como eu, encontrei neste blog, uma forma de abstração. A artista é Simone Monreal. Ela me mostrou uma a uma de suas obras e parou em uma. A do arrepio. "Neste, me ofereceram mil reais, mas eu não quis. É meu", disparou Simone sem o menor arrpendimento. Claro que acredito que exista muita coisa na vida que não tenha preço como afirma a propaganda da Mastercard. (Graças a Deus! Essas sim são essenciais).

Fiquei observando alí, o quadro e todo aquele seu grande valor. Lembrei do que minha irmã, que assim como Simone, tem esse belo dom de pintar. Ela me dizia que só o verdadeiro artista sabe que não há valor em dinheiro que paga todas as emoções alí colocadas.

Lá fui eu analisar novamente o porque do arrepio e da química alí existente. Não foi difícil. Uma obra tão colorida com pequenos tabuleiros em preto e branco em seu meio. Muita cor, muita vida em todo ele, mas o preto e o branco alí marcando o vazio, o luto, a antítese e um profundo desejo de paz. Tudo parece mesmo, como na vida real. Tão colorido, mas o preto e branco sempre alí, no meio; rígido, firme. Eles são responsáveis pela dor das cores que servem de cortina para camuflá-los.

Quanta luta! Não acho que os tabuleiros devam ser desprezados. Eles são sim um jogo. E precisam ser enfrentados. Sempre. Mas prefiro que o colorido continue preenchendo a maior parte das telas de Simone.

Fabiana Carvalho

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