terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Leitor




O post da minha amiga Aline que fala sobre máscaras, fez-me refletir muito. Assisti no último domingo (07/02) o filme O Leitor de Stephen Daldry. O filme surpreendeu-me bastante por diversos pontos que aborda. Lógico que o romance de uma mulher mais velha e experiente de baixa classe social e analfabeta com um adolescente de família tradicional alemã foi um dos pontos mais quentes do filme.

O seu viés, portanto, não está amparado em máscaras, mas houve um fato importante que, ao meu ver, surpreendeu-me e gerou um desconforto, uma certa indagação. O fato da protagonista Hanna Schmitz (Kate Winslet) preferir ser condenada à prisão perpétua a assumir o fato de ser analfabeta, foi muito revelador. Pois, caso assumisse ser analfabeta, isso poderia reduzir sua pena, que estava diretamente ligada à prova principal do crime que era um relatório, falsamente por ela escrito, no seu trabalho de execução de judeus nos campos de concentração da Alemanha, durante a 2ª Guerra Mundial.

A sua vergonha era tamanha em assumir ser analfabeta que superava o fato de ser apontada como assassina. Dentro da prisão, com força de vontade, e presa a um passado cheio de paixão, Hanna se superou e aprendeu a ler e escrever. Bem, o que quero dizer com tudo isso é que às vezes não seria melhor assumirmos o que somos a ter que aprender “a duras penas” a nos modificar? Parece que o ser humano está sempre em busca dos caminhos mais tortuosos. Estamos sempre colocando máscaras diante da sociedade, das pessoas com as quais relacionamos. Como é doloroso assumirmos o que somos de verdade.

Parece que o filme deixa uma outra importante lição:
“Não fiz a coisa certa no momento oportuno”.

Ainda há tempo.

2 comentários:

  1. Bibi, adorei seu post. Muito pontual também, dizer que ainda há tempo. Sim, há tempo para mudarmos! Para assumirmos quem somos, mesmo conscientes do risco que carrega essa atitude. Um beijo!

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  2. Esse filme é realmente muito interessante. Bonito, enquanto nos leva a reflexões íntimas que muitas vezes evitamos por medo ou preconceito.
    Ótimo blog e ótimos textos.

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