segunda-feira, 7 de junho de 2010

O fascínio do “SERÁ”


Nesta semana, assisti ao filme Sex and the City 2, adorei! Então, veio à tona uma questão curiosa sobre o tesão, o estímulo e a busca contínua de conquistas do ser humano e a sua recorrente sede pela satisfação dos desejos. A Carrie, não muito bonita, mas charmosíssima, autêntica e talentosa arrasa no papel e nas suas relações. Depois de tanta luta nos episódios da série, tantos encontros e desencontros com o Mr. Big, ela, enfim, consegue consumar a relação e se inserir no rol das mulheres casadas e, melhor, com o grande amor da sua vida! Sorte de poucos.


Mas, onde quero chegar? No filme, em uma viagem pelos Emirados Árabes, ela é surpreendida pelo aparecimento repentino de um ex-namorado, o Aidam. Paremos aqui! Gente, o que é este homem no filme? Sem palavras, incrivelmente sexy e lindo. E o que era o Aidam durante a série? Era apenas um cara bonitinho, sem um pingo de sex appeal, talvez, porque ele cumpria o script conforme o planejado? Ou porque falava eu te amo sem esforço? Ou porque não atrasava um minuto sequer para encontrá-la? Ah, talvez porque comprou o anel de noivado e declarou-se sem a menor dúvida. Levou um pé na bunda da Carrie, mas mesmo assim não deixava de externar seu sofrimento e admiração.

E o Mr. Big? Sempre confuso, indeciso, ou seja: o Será! Uma relação complicada que inspirava Carrie em suas colunas sobre comportamento e relacionamentos. O SERÁ lhe doía. Quantas e quantas vezes, motivada pelo SERÁ, Carrie se entregava apaixonadamente ao Big. SERÁ que ele vai ao encontro das minhas amigas? SERÁ que ele me acompanhará no casamento de uma delas? SERÁ que minha escova de dentes na casa dele significa algo? O SERÁ, enfim, foi substituído pelo almejado SIM. E O SERÁ virou certeza. E a certeza não fascina. E aí o Aidam reaparece com um SERÁ fascinante, irresistível! Carrie preferiu o SIM, isso mesmo, aquela tal certeza que já não fascina. Mas foi inegável a força do sutil surgimento do SERÁ. O sim é mesmo melhor! Será?

(Fabiana Carvalho)

Um comentário:

  1. Não acompanho Sex and the City, mas entendi perfeitamente o texto. Isso te caracteriza como uma ótima jornalista! Quanto à análise do discurso do filme, caraca, adorei! Vc tá criando uma expertise no assunto relacionamento. Ou não. Será? rsrs

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