Não posso dizer que “Alice, no País das Maravilhas” tenha sido realmente “maravilhoso”. Ele entraria pra mim, no rol dos filmes interessantes. Bom? Ruim? Humm, interessante mesmo.
O que mais me atraiu na adaptação da obra de Lewis Carrol (escrito na Inglaterra em 1865) foram as metáforas filosóficas que nortearam todo o enredo. As mensagens subliminares escondidas em cada episódio prenderam minha atenção, visto que senti falta de um ritmo no decorrer da história. O melhor de Tim Burton, sem dúvida, está nos detalhes.
Não sou psicóloga nem nada, mas atrevo-me a falar, sem muita propriedade, sob uma ótica pisicanalítica de alguns de seus personagens que merecem destaque: o chapeleiro (Johnny Depp) cuja maior maluquice é a extrema racionalidade, a ponto de fingir-se de louco quando lhe é conveniente. E Depp ajuda em muito na qualidade do elenco com seu misto de ternura e loucura. Além de metáforas, Buttom trabalha com paradoxos: seus monstros têm coração, seus loucos, lucidez. Um destaque à parte para a Rainha Vermelha (Helena Bonham-Carter), histérica e cheia de obsessões regida pelo lema “é melhor ser temida que amada” (quem não conhece gente assim?), é dona de um carisma atormentador e arrasa no papel. A personagem de Rainha Branca de Anne Hathaway me dá preguiça, é excessivamente bondosa e a forçação na “leveza” da personagem chegou a soar falso e me irritar.
Quanto à Alice, ela é linda, transparece doçura e inteligência, mas ainda assim, um pouco insossa. Adoro as variações de tamanho dela que geram muitas trocas de figurinos. Sem contar as mensagens subliminares que vêm dessas variações, ora minúscula e insignificante, ora gigantesca, desproporcional e, sempre, inadequada.
Ah, logo no começo do filme Alice dá uma "dentrasso": "Se decidissem que é adequado usar um bacalhau na cabeça, você usaria?". Para mim, muitas coisas são como um bacalhau na cabeça, ponto pra Alice. Mandou outra: "Esse sonho é meu, só meu. Ninguém pode me dizer o que fazer no meu sonho: a decisão tem que ser só minha!", mais um ponto pra ela!
Acredito que exista uma “alice” adequada a cada senso crítico ou idade do telespectador. Por isso vale à pena assisti-lo, seja por puro entretenimento, seja por reflexão. Sabemos que, no nosso mundo, sempre há lugar para as coisas aparentemente sem sentido, e recheadas de significados. Confesso que me identifiquei com Alice em muita coisa. Também na relação afetiva que tinha com o seu pai que lhe entendia no olhar (P.S.: Saudade...). Encerro o texto com um diálogo entre eles:
" Você acha que eu sou louca? - Hum, acho que sim. Você é louca, louquinha, mas vou te contar um segredo: as melhores pessoas são!"
(Fabiana Carvalho)
"KARALHO", como escreve bem ... as vezes acho q tô vendo vc falar ( transcreve o q pensa, o q sente), outras vezes me dou conta de como vc é detalhista e observadora, e muitas outras, como o tema dos seus textos são diversos! Vai amiga, ARRASA!
ResponderExcluirbjooooo
Oi Biba, concordo em gênero, número e grau com sua análise do filme. Faço minhas as suas palavras. Qto a Rainha Branca, ela é realmente irritante. Aliás, todo tipo muito bonzinho acaba sendo. bjs da Lou
ResponderExcluirBom assisti o filme e acredito que seja muito mais que isso, pois as mensagens do filme são" acredite em vc!, pois de sabio e louco todos temos um pouco, Alice no pais das maravilhas mostra o quanto um ditador(governate, Rei, etc.) pode perder o poder, se o povo perde o medo, pois ela governava pela força, o oposto da Rainha Branca, fora que o Glorian Day, é praticado num tabuleiro de xadrez, onde a estratégia mais poderosa que a força , ego ou arrogancia.
ResponderExcluire as equipes são formadas por duas cores, com seus respectivos reis rainha torres , bispos, e cavalo, Gostei muito do seu post.Abraços