terça-feira, 15 de junho de 2010

Liberdade ou insanidade?!

Em uma tarde de domingo, numa mesa de um restaurante com vista para o lago (com voz, violão e centenas de pessoas em volta, e uma tulipa cheia de chopp gelado) formou-se um cenário que me fez mergulhar em um diálogo polêmico (conversas de bar, para mim, são raras vezes produtivas, mas, esta, inesperadamente, foi).

Eu sou do tipo de mulher apoiada em extremos que adora essas situações que inevitavelmente se harmonizam de um jeito desequilibrado: massa com psicologia, axé com debate, house com introspecção...rs. E então, deixei claro que tudo que toca à liberdade me atrai. A busca por ela não é nada fácil. Liberdade às amarras do que os outros esperam de você. Liberdade em relação às conveniências sociais sobrepostas aos seus reais anseios e desejos. Ah, almejada liberdade.

Fui confrontada com a seguinte afirmação (levando em conta a importância e conhecimento da pessoa que a disse): Cuidado! Liberdade é sinônimo de loucura. Pensei "n" coisas. Será mesmo sinônimo? Para mim, a insanidade no seu significado mais real está ligada a total falta de percepção ou diferenciação da realidade e do que não é. E essa diferenciação eu ainda sei fazer muito bem.

Fiquei com aquilo na cabeça. Pensei, então: quem busca a liberdade é um louco? Eu, por exemplo, busco a loucura porque busco liberdade? Bem, enquanto não descrevo uma óbvia resposta para o mundo, encerro o texto com uma frase de Clarice Lispector:

"Liberdade é pouco, o que eu quero ainda não tem nome."

(Fabiana Carvalho)

Um comentário:

  1. Eu adoro essa frase da Clarice! E pra mim, louco é quem se aprisiona em algum lugar fora do seu "eu", livre/liberto ou não. Mas isso, nem Freud explica...

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