quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sou feliz... hoje!


Acho que falar de felicidade, de qualquer forma que eu tente me expressar, soará um clichê. Mas eu não vou me preocupar muito com isso, apenas quero gritar ao mundo que é possível sim ser feliz. Mas não sempre. Sei também que isso não é segredo e nem novidade.

Disse Guimarães Rosa: “O mundo não é maravilhoso, mas é feito de pequenas maravilhas”. Endossou Roberto Shinyashiki: “Felicidade não é uma meta, mas um estado de espírito, ela é feita de pequenas coisas”. Para o adorável casal de filosofia existencialista, Sartre e Beauvoir, a felicidade está na liberdade. E daí você já subentende, liberdade: moral e religiosa (essa já é uma outra discussão). Concordo em partes com eles na parte da liberdade, porém, acredito na “força maior” simplesmente por tudo que se sente e se vê, mas discordo do manual ético chinfrim imposto pela sociedade e pela Igreja. Quando vou à missa, absorvo aquilo que entra em acordo com o bem, espiritual, com o próximo e com as minhas convicções de ser humano.

Quanto a mim, não saberia dizer se sou feliz. Sou inquieta e sinto felicidade na maioria das horas dos meus dias. Mas, como Clarice, já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir. O que sei, também, é que hoje sou uma pessoa muito melhor do que fui ontem. E espero ser ainda muito melhor amanhã. E, para isso, tenho buscado me livrar das coisas que já não me fazem tão bem.

Quando a tristeza me pega, de repente, tenho encarado e feito um exercício que tem dado certo. Não a cultivo, mas também não finjo que ela não existe. Já não fico mais querendo expulsá-la de mim, desafiando-a ao me jogar no mundo de forma inconseqüente, porque, assim, quem fica alegre é ela, e não darei essa alegria à tristeza, que ainda vai rir da minha cara. Quem merece a alegria sou eu.

O que tenho feito, ultimamente, é povoá-la de boas coisas, habitá-la com boas companhias (sim, a gente sabe exatamente quem são as boas companhias), espiritualidade, literatura, artes, memória, percepções, inspirações, desejos e estética. Assim, ela não passa a ser menos tristeza, mas é um grande passo para sair deste estado natural.

Quando eu fico triste, me vem aquela frase de Clarice que me ajuda a acreditar numa felicidade iminente: Eu não sou triste assim, é que hoje estou cansada. Mas um aviso aos navegantes, hoje, especialmente, eu não estou cansada. Hoje estou feliz.

(Fabiana Carvalho)

Um comentário:

  1. Bibinha,
    Você é linda e adoro ler seus textos! :o)
    Sobre este tema, acho que temos dias alegres e tristes, mas que FELIZ é aquele que tem o saldo desses momentos positivo, mais momentos alegres que tristes. E, principalmente, acredito que FELIZ é aquele que opta por este estado de espírito, é quem decide SER FELIZ!
    Saudades, amigaaaaa!!!

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