sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Chéry

Chéry, apesar de não ter caído no gosto da crítica, eu creio que mereça destaque por vários fatores. Primeiro porque a Michele Pfeifer, no papel de uma bela ex-cortesã, está mais deslumbrante do que nunca. No auge dos 51 anos consegue transmitir feminilidade, bom gosto, elegância e sexualidade de forma vibrante. E depois, pelos cenários e figurinos do filme. É inegável a vontade de nos teletransportarmos diretamente para a “Belle Époque”, sem falar nos vestidos. Pffeifer consegue ficar mais maravilhosa em cada cena que aparece. Chapéus, rendas, tecidos, flores... ai,ai.


O texto que envolve paixões, fofocas e traições, é baseado em livro da famosa escritora francesa Colette, adaptado pelo dramaturgo Christopher Hampton. A direção é de Stephen Frears. Chéry aborda um romance entre uma mulher mais velha, Lea, com um garoto de 19 anos (feito pelo esquisito, mas interessante, Rupert Friend), uma espécie de playboy da época. O filme é todo decorado em ambientes de arte, extremamente requintados e só de ver os ambientes já é um prazer.

A história entre os amantes começa quando, a partir de um encontro com outras mulheres da mesma profissão, uma delas, nada digna de confiança, pede à ex-cortesã um favor: que seduza e ensine as artes do amor para seu filho, no fim da adolescência. O filme coloca em foco a discussão que ainda é pauta nos dias atuais. A escolha de se viver um grande amor, porém não “adequado” para a sociedade ou se casar com uma jovem bonita e ingênua e rica. A questão da referência, também, é algo muito forte no filme. Chéri não vê só uma amante em Léa, mas também, a figura da mãe bondosa que não teve.

Além de retratar a rotina superficial de seus personagens, Léa, que insiste num discurso desapegado de quem acredita poder trocar de parceiro como quem muda de roupa, o filme de Frears aborda a dificuldade em se lidar com o envelhecimento. Em sua Síndrome de Peter Pan, Chéri evita assumir responsabilidades.

É um filme de arrancar suspiros tanto pela beleza da fotografia e cenários quanto pela história. Recomendo.


(Fabiana Carvalho)

Um comentário:

  1. Achei tão chatinho esse filme.... Mal fui até o final. Fotografia belissíma, tema interessante, mas atuações "beges".

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